Thursday, January 12, 2006

A poesia e o cherne

Acerca de Alexandre O’Neil, já li hoje no Chezmaria.blogspot e já deixei lá a referência à alcunha de Cherne do Dr. Durão Barroso.

Para termos a certeza de que não era preciso falar do peixe, aqui fica outro poema do mesmo autor, que é sobre palavras. Sobre palavras bonitas.

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.