Friday, January 13, 2006

Há ilhas e ilhas

Conheço algumas ilhas, não muitas.
Gosto de ir e de estar numa ilha durante dias ou semanas, com data de regresso ao continente já ou quase definida.
Qualquer ilha mais pequena que a Austrália não seria, para mim, um bom lugar para viver.
Gosto de grandes espaços: gosto do mar mais do que dum lago, gosto do alto de um monte mais do que dum vale, gosto da savana mais do que de uma avenida. Apesar de haver lagos, vales e avenidas lindas.
Acredito que esta questão não se ponha a quem nasce numa ilha.
As ilhas moldam, de alguma maneira, o carácter das suas gentes. Quanto a isto não tenho muitas dúvidas.
No caso dos arquipélagos portugueses, Açores e Madeira, que são aqueles cujas ilhas e populações melhor conheço, acho grande diferença nas gentes e nunca percebi as razões profundas dessa diferença. Não pode estar só nos colonos iniciais.
Nos Açores há qualquer coisa de telúrico que passa da terra às gentes, que gera génios e sonhos, que gera poetas e filósofos, que gera políticos de pensamento largo.
Não sei o que falta à Madeira mas, perdoem-me os madeirenses, tem menos.
A Madeira é linda, a Madeira é um jardim, mas os Açores são o Paraíso, embora eu não queira viver no Paraíso.