Wednesday, May 17, 2006

Soltos e curtos

Sendeiros que levam a nenhures.

Reboco a nuvem para o meu céu.

Cosido com os muros naquele inverno voltei a casa.

O pátio de cimento só espera que o encerrem em cubo de cimento.

A sordícia meneia a sua cauda.

A sordícia tem agora estatuto e oportunidade.

Que maneira a nossa de usar as coisas!
Fica-nos sempre a maçaneta na mão!

Nunca se lavou duas vezes no mesmo rio. Nunca se lavou.

Os fins justificam os meios se os meios forem bons fins.

Ainda não habituado à cara que tinha, experimentou, pela enésima vez, puxar o cabelo para a área da barba.

Espiava nas montras a figura que não tinha e continuava com a figura que fazia.

Enquanto os filósofos etiquetam, os relógios tiquetaqueiam.

A sua memória tinha passado toda para a sua imaginação...

Alexandre O'Neill