MÃOS - Alexandre O'Neill
Sob a forma de mão apareceu a ternura,
um dia, no teu queixo.
Carícia. Parece p'ra dizer, p'ra ciciar,
mas é para fazer
com uma leve, sabedora, quase preversa
mão...
Certas mãos ociosas como peixes
num aquário de melancolia.
Com as duas mãos apodero-me de ti,
retomo o teu corpo e com ele me entendo.
Pôr a mão a escrever e ir dar uma volta,
ao frio,
com a musa disponível...
Nem sequer uma mão morta
vem bater à minha porta!
Misturando a morte com a vida,
a mão de Antero, a mesma
que aprendeu a arte de compor!
Tantas mãos à terra confiadas
sem mais gesto nenhum para fazer!
(parte do poema)
um dia, no teu queixo.
Carícia. Parece p'ra dizer, p'ra ciciar,
mas é para fazer
com uma leve, sabedora, quase preversa
mão...
Certas mãos ociosas como peixes
num aquário de melancolia.
Com as duas mãos apodero-me de ti,
retomo o teu corpo e com ele me entendo.
Pôr a mão a escrever e ir dar uma volta,
ao frio,
com a musa disponível...
Nem sequer uma mão morta
vem bater à minha porta!
Misturando a morte com a vida,
a mão de Antero, a mesma
que aprendeu a arte de compor!
Tantas mãos à terra confiadas
sem mais gesto nenhum para fazer!
(parte do poema)
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