Da minha poetisa favorita
Inventei a dança para me disfarçar.
Ébria de solidão eu quis viver.
E cobri de gestos a nudez da minh alma
Porque eu era semelhante às paisagens esperando
E ninguém me podia entender.
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Porque eu trazia rios de frescura
E claros horizontes de pureza
Mas tudo se perdeu ante a secura
De combater em vão
E as arestas finas e vivas do meu reino
São o claro brilhar da solidão.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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