Thursday, June 29, 2006

Poema com rosas


















Se todo o ser ao vento abandonamos
E sem medo nem dó nos destruímos,

Se morremos em tudo o que sentimos
E podemos cantar, é porque estamos
Nus em sangue, embalando a própria dor
Em frente às madrugadas do amor.
Quando a manhã brilhar refloriremos
E a alma possuirá esse esplendor
Prometido nas formas que perdemos.


(Sophia de Mello Breyner Andresen)