Monday, June 26, 2006

Não se chamam Romeu e Julieta

Assinam como Irene e Dilbert.
Escrevem poemas de A a Z.
Foi o acaso que me levou lá, ao poema da letra T.
Vou retroceder no alfabeto - são imperdíveis.

(finalmente os Tês Irene)
Tingida de noite tropeçaste em mim,
triturada pela desilusão de uma dança.
Tango Argentino decorei nas tuas ancas e seios,
tatuado de tempo e vontade indiferente.

Tua voz silenciosa envolveu-me sem avisar,
telepática e inigualável, oscilou o meu mundo.
Temperaturas mortas te gelavam as mãos,
tocaste-me com o suspiro de vida que escondias.

Toxinas conquistadoras te colonizavam,
tumores possessivos de momentos vividos.
Tela alheia de fantasias cúmplices,
textura ardente em sopro oscilante.

Trovoadas pincelámos em ecos pintados,
tormentas apaziguamos e enchemos de nada.
Torneios de vendavais e calmarias nos embriagam,
tentações da vida, essa ilusionista infinita e perfeita.

Traí o rótulo do amor que se deseja cego,
testemunha fui de que te amei com um olhar.