Como quem penetra num poema ignorado
"Adentro-me na água morna do rio como quem penetra num poema ignorado ou num amor nascente.
Não nado, deslizo, com os cabelos soltos que me seguem, oscilando, e que se enrolam, de onde em onde, nos dedos de plantas misteriosas.
Ultrapassam-me e cruzam-me peixes azuis que me fitam sem lágrimas, sem cheiro, sem ruído, sem alma."
Rosa Lobato de Faria
in O Prenúncio da Águas (ASA de bolso)
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