Tuesday, January 31, 2006

Poesia de vez em quando













Uma rosa amarela a desfolhar-se ao espelho
um cálice de sol derramado no chão
um pranto de trompete a pingar-me no ombro

o meu coração de outono
espreguiça-se neste delito de junho
Proust suicida-se em cima da minha cama

e o suco da tua boca de ameixa
faz de mim para sempre
a condenada à sede de todos os aromas.

Rosa Lobato de Faria