Friday, June 30, 2006

Vou ver este género

de paisagem.

Eu vou, eu vou...

Eu vou, mas conto voltar: lá para meio de Julho. Deixo uns versos, a quem me vier visitar.
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Adeus, vou embora meu bem
Chorar não ajuda ninguém
Enxugue seu pranto de dor
Que a seca mal começou

Adeus, vou embora Maria
Fulô do meu coração
Eu voltarei qualquer dia
É só chover no sertão

E os dias da minha volta
Eu conto na minha mão
Adeus Maria Fulô
Marmeleiro amarelou
Adeus Maria Fulô
Olho d`água estorricou

Letra da canção Maria Fulô
Rita Lee

Thursday, June 29, 2006

Sobre Liberdade

Os maiores inimigos da liberdade não são aqueles que a oprimem, mas sim aqueles que a sujam.
(Vincenzo Giobertí, filósofo e estadista italiano)

Toda a geração ridiculariza a moda antiga, mas segue religiosamente a nova...
(Thoreau)

Os nossos desejos são como crianças pequenas: quanto mais lhes cedemos, mais exigentes se tornam.
(Provérbio chinês)

Quem, em nome da liberdade, renuncia a ser aquilo que devia ser, já se matou em vida: é um suicida de pé. A sua existência consistirá numa perpétua fuga da única realidade que era possível.
(Jose Ortega Y Gasset)

A vida humana é um mecanismo de escolha, preferência e adiamento. Qualquer escolha é também uma exclusão.
(Julian Marias)

Somos escravos das leis para podermos ser livres.
(Marco Túlio Cícero)

Ao caminho














Sendo uma observadora quase compulsiva de mãos, hoje apeteceu-me ilustar o post com uns pés.
Nem sei bem porquê...
Talvez porque, a ideia básica deste post é a de que, diariamente, metemos pés ao caminho, para uma aventura nova.
Talvez faça sentido. E se não fizer, não é importante. Tentei.

Sobre Amizade


Amigos são luz e calor nas nossas vidas.

São farol nos dias escuros e aconchego nas horas gélidas.

Poema com rosas


















Se todo o ser ao vento abandonamos
E sem medo nem dó nos destruímos,

Se morremos em tudo o que sentimos
E podemos cantar, é porque estamos
Nus em sangue, embalando a própria dor
Em frente às madrugadas do amor.
Quando a manhã brilhar refloriremos
E a alma possuirá esse esplendor
Prometido nas formas que perdemos.


(Sophia de Mello Breyner Andresen)

Ainda sobre os lenços

Complementando o que já mostrei ontem, acrescento dois exemplos mais, de lenços de namorados.


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Note-se, neste segundo, a troca do V pelo B.

Já se sabe que gosto deste autor


















Leio obra dele sempre que posso.

Wednesday, June 28, 2006

E pergunta-se

Mas que se passa?
Passa-se que as férias já estão quase, quase a chegar.
E então, trabalho, goodbye...
Até qualquer dia.

Pela alegria

Lenços de Namorados

Impossível?

Andar nas nuvens...
Impossível ? - só ainda não aconteceu.

Pela beleza

Pelo poder

Pela ternura

Je t'aime moi non plus














pelo erotismo:
tu es la vague, moi l'île nue

Tuesday, June 27, 2006

Pierre de Laclos (1741-1803)

Autor do conhecido romance As Ligações Perigosas, Pierre de Laclos, dizia:

"O encanto que supomos encontrar nos outros só existe em nós próprios."
"O nosso ridículo cresce na proporção em que dependemos dele."
"O ódio é sempre mais clarividente e mais engenhoso do que a amizade."
"O mais belo momento de uma mulher é aquele em que, seguros do seu amor, ainda o não estamos dos seus favores."

Poema - Dúvida














Amor
a tua voz
e a minha sensação de vácuo
de liberdades paralelas

ontem
esquinas encontradas
no ângulo dos lábios

Amor
a tua lâmpada de nevoeiro
sulcado
manhãs de aves
súbitas
com noites inventadas
nada

é o teu rosto
insectos de vertigem
sem paisagem.

(Maria Teresa Horta)

Urbanas












Chico Buarque

“Mesmo que você fuja de mim
por labirintos e alçapões
saiba que os poetas, como os cegos,
podem ver na escuridão.
E eis que menos sábios do que antes
os seus lábios ofegantes
hão de se entregar assim :
-Me leve até o fim
-Me leve até o fim
Mesmo que os romances sejam falsos
como o nosso
são bonitas, não importa,
são bonitas as canções.
Mesmo sendo errados os amantes
seus amores serão bons”

(“Choro Bandido”)

Vi o mar, no domingo














Não podia ter faltado, esta visão.
Vi o mar, numa praia que está out, nada chic, mas com mar azul e pouca gente em Junho.
Quarteira.

Catavento


Do oriente, os ventos quentes e mágicos
Do ocidente, os zéfiros frescos e suaves
Do sul, o vento que esfria
Do norte, o que sustenta.

Forças misteriosas
Que passam horizontais/verticais
Com alento próprio
Transformando a natureza
Em nuvens
Em dunas
Num vai-e-vem infinito
Enfunando o catavento
Em redemoinhos loucos
Provocando
O sorriso do menino.

Carmen Rocha
in Catavento

Monday, June 26, 2006

Hoje é de Camões
















Perdigão perdeu a pena:
não há mal que não lhe venha.

Perdigão, que o pensamento
subiu em alto lugar,
perde a pena de voar,
ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
asas com que se sustenta:
não há mal que lhe não venha.
Quis voar a u'a alta torre,
mas achou-se desasado;
e, vendo-se depenado,
de puro penado morre.
Se a queixumes se socorre,
lança no fogo mais lenha:
não há mal que lhe não venha.

Não se chamam Romeu e Julieta

Assinam como Irene e Dilbert.
Escrevem poemas de A a Z.
Foi o acaso que me levou lá, ao poema da letra T.
Vou retroceder no alfabeto - são imperdíveis.

(finalmente os Tês Irene)
Tingida de noite tropeçaste em mim,
triturada pela desilusão de uma dança.
Tango Argentino decorei nas tuas ancas e seios,
tatuado de tempo e vontade indiferente.

Tua voz silenciosa envolveu-me sem avisar,
telepática e inigualável, oscilou o meu mundo.
Temperaturas mortas te gelavam as mãos,
tocaste-me com o suspiro de vida que escondias.

Toxinas conquistadoras te colonizavam,
tumores possessivos de momentos vividos.
Tela alheia de fantasias cúmplices,
textura ardente em sopro oscilante.

Trovoadas pincelámos em ecos pintados,
tormentas apaziguamos e enchemos de nada.
Torneios de vendavais e calmarias nos embriagam,
tentações da vida, essa ilusionista infinita e perfeita.

Traí o rótulo do amor que se deseja cego,
testemunha fui de que te amei com um olhar.

Também foi para o Algarve















Amália e João, meus amigos, o bolo acabou no Algarve, neste fim de semana. Muito apreciado. E eu, muito agradecida, pelos mimos que Vocês me dão sem eu merecer.

Sunday, June 25, 2006

De regresso
























De volta, para mais uma semana de trabalho, depois de visitar a família "lá de baixo".
Afinal, há mesmo momentos azuis.
E outros momentos verdes, com cactos, figueiras, laranjeiras; e há terra vermelha, chaminés, pedras - coisas bonitas.

Friday, June 23, 2006

Gozem o fim de semana

Espreitando por uma janela, vemos o azul.

Imaginação

...para completar...

















cada um de nós sua definição.

Só imagem

Só ternura.

Pessoal e intransmissível



















Há coisas assim!

Pensador

"As crianças acham tudo em nada, os homens não acham nada em tudo".
"Inocente não é aquele que é incapaz de pecar, mas o que peca sem remorsos".
"A velhice é o pior dos males, pois priva o homem de todos os prazeres, mas deixa-lhe o apetite".
"Saber é ver dentro de nós".


Giacomo Leopardi
Poeta e filósofo (1798-1837)

Thursday, June 22, 2006

Brasil, boas razões

Nem precisa de explicar.

Em Português - Mundial 2006














Até à final?

Poesia recomendada



Foi a Titá que recomendou este livro de poemas.

Como ela tem bom gosto, faço eco, aqui, da recomendação.

Orfeu e Eurídice - Lendas e mitos


Orfeu é, na mitologia grega, poeta e músico. Filho da musa Calíope, era o mais talentoso dos músicos. Quando tocava a sua lira, os pássaros paravam de voar para escutar e os animais selvagens perdiam o medo. As árvores curvavam-se para ouvir os sons no vento. Tocava a lira de Apolo pois dizem que Apolo era seu pai. Orfeu era casado com Eurídice. Ela era tão bonita que atraiu um homem chamado Aristeu. Quando ela recusou as suas atenções, Aristeu perseguiu-a. Tentando escapar-lhe, ela tropeçou numa serpente que a mordeu e Eurídice morreu. Orfeu ficou transtornado de tristeza. Levando a sua lira, foi até o Mundo dos Mortos, para tentar trazê-la de volta. A canção pungente e emocionada de sua lira convenceu o barqueiro, Caronte, a levá-lo vivo pelo Rio Estige. A canção da lira adormeceu Cérbero, o cão de três cabeças que vigiava os portões; o seu tom carinhoso aliviou os tormentos dos condenados. Finalmente Orfeu chegou ao trono de Hades. O rei dos mortos ficou irritado, ao ver que um vivo tinha entrado no seu domínio, mas a agonia na música de Orfeu comoveu-o, e ele chorou lágrimas de ferro. Sua mulher, Perséfone, implorou-lhe que atendesse o pedido de Orfeu. Assim, Hades atendeu o seu desejo: Eurídice poderia voltar com Orfeu ao mundo dos vivos. Mas com uma condição: que ele não olhasse para ela até que ela, de novo, estivesse à luz do sol. Orfeu partiu pelo caminho íngreme que levava para fora do escuro reino da morte, tocando músicas de alegria e celebração, enquanto caminhava, para guiar a sombra de Eurídice de volta à vida. Ele não olhou nenhuma vez para trás, até atingir a luz do sol. Mas então, virou-se, para se certificar de que Eurídice o estava seguindo. Por um momento ele viu-a, perto da saída do túnel escuro, perto da vida outra vez. Enquanto ele olhava, ela transformou-se de novo num fino fantasma, soltou um doloroso gemido final de amor e pena, não mais do que um suspiro na brisa, que saía do Mundo dos Mortos. Ele havia-a perdido para sempre. Em total desespero, Orfeu tornou-se amargo. Recusava-se a olhar para qualquer outra mulher, não querendo lembrar-se da perda da sua amada. Furiosas por terem sido desprezadas, um grupo de mulheres selvagens chamadas Mênades caíram sobre ele, frenéticas, e despedaçaram-no. Jogaram a sua cabeça cortada no Rio Hebrus, e ela flutuou, ainda cantando, "Eurídice! Eurídice!" Chorando, as nove musas reuniram os seus pedaços e enterraram-nos no Monte Olimpo. Dizem que, desde então, os rouxinóis das proximidades cantaram mais docemente do que os outros. Orfeu, na morte, uniu-se à sua amada Eurídice. Quanto às Mênades, que tão cruelmente mataram Orfeu, os deuses não lhes concederam a misericórdia da morte. Quando elas bateram os pés na terra, em triunfo, sentiram seus dedos entrarem no solo. Quanto mais tentavam tirá-los, mais profundamente eles se enraizavam. As suas pernas tornaram-se troncos de madeira pesada, e também os seus corpos, até que elas se transformaram em silenciosos carvalhos. Assim permaneceram pelos séculos, batidas pelos ventos furiosos que antes se emocionavam ao som da lira de Orfeu, até que, por fim, esses troncos mortos e vazios caíram no chão.

Uso sabedoria alheia





Porque me falta inspiração, ou vontade, ou coragem, ando a usar a sabedoria alheia para os meus posts.
Um dia destes atrevo-me e dou algo escrito por mim.
Pelos vistos, como a lua, tenho fases.
Hoje, cito:

O amor torna tudo brilhante, agradável e vantajoso. O amor é o vaso que contém alegria!
Madre Teresa

A verdade é dura como o diamante, mas delicada como a flor de pessegueiro.
Gandhi

A poesia é o bálsamo da alma.
Coelho Neto

***** PROVÉRBIOS *****
Pensa sempre no amanhã, porque o hoje está acabando.

O tempo e o espaço são modos pelos quais pensamos, e não condições nas quais vivemos.

As melhores histórias jamais serão escritas, assim como os melhores momentos jamais retornarão. Por isso, quando estiveres feliz, tira o máximo proveito desta felicidade, pois o tempo arrastará tudo e só ficarão as lembranças!

Uma das coisas mais belas da vida é olhar para o céu, contemplar uma estrela e imaginar que, muito distante, existe alguém olhando para o mesmo céu, contemplando a mesma estrela e murmurando baixinho: "Que saudade!!!"
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"A persistência realiza o impossível."
"O destino conduz aqueles que têm boa vontade, mas empurra os que não têm."
"Não seja por fora feroz como um touro e por dentro medroso como um rato."
"Sem o fogo do entusiasmo não há o calor da vitória."
"As bênçãos chegam uma de cada vez, as desgraças vêm em grupo."
"Por trás de acusações maldosas há sempre um argumento fraco."
"Defeitos e virtudes são apenas dois lados da mesma moeda."
"O ocioso nunca provará o fruto do sucesso."
"Podemos converter alguém pelo que somos, nunca pelo que dizemos".

Autores desconhecidos

Wednesday, June 21, 2006

de Carlos Drummond de Andrade


Que pode uma criatura senão,
entre outras criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Só poesia

Só às pálpebras cabe
a última palavra

na conversa travada
entre os olhos e a tarde

David Mourão-Ferreira

A invisibilidade de Deus


dizem que em sua boca se realiza a flor
outros afirmam:
a sua invisibilidade é aparente
mas nunca toquei deus nesta escama de peixe
onde podemos compreender todos os oceanos

nunca tive a visão de sua bondosa mão
o certo é que por vezes morremos magros até ao osso
sem amparo e sem deus
apenas um rosto muito belo surge etéreo
na vasta insónia que nos isolou do mundo
e sorri
dizendo que nos amou algumas vezes
mas não é o rosto de deus
nem o teu nem aquele outro
que durante anos permaneceu ausente
e o tempo revelou não ser o meu

Al Berto

Solstício com palavras de Amor


O amor é um crime que não se pode realizar sem cúmplice.
Charles Baudelaire

Quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, porque tudo passa a acontecer dentro de nós.
Paulo Coelho
O amor nasce do desejo respeitoso de fazer eterno o passageiro.
Ramón Gómez de la Serna
Amar alguém é ser o único a ver um milagre invisível aos outros.
Mauriac
Há o amor...que nasce não sei onde, vem não sei como e dói não sei porquê.
Luís de Camões

Um amor mais forte que tudo, mais obstinado que tudo, mais duradouro que tudo, é somente o amor de mãe.
Paul Raynal
Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós.
Amado Nervo
Foto: daqui

Hoje começa o Verão








O dia mais longo!

Tuesday, June 20, 2006

Eles disseram:

"Uma longa viagem começa com um único passo". ( Lao-Tsé )

"Vale mais um soldado no campo de batalha, do que mil generais aquartelados.
Morremos ou vencemos!
Porém, nunca derrotados!
Devemos morrer em pé de guerra contra nós mesmos". ( Rabolú )

Regressarei

Eu regressarei ao poema como à pátria à casa
Como à antiga infância que perdi por descuido
Para buscar obstinada a substância de tudo
E gritar de paixão sob mil luzes acesas

Sophia de Mello Breyner Andresen
in O nome das Coisas

Guerra ou Lisboa 72

Partiu vivo jovem forte
Voltou bem grave e calado
Com morte no passaporte

Sua morte nos jornais
Surgiu em letra pequena
É preciso que o país
Tenha a consciência serena

Sophia de Mello Breyner Andresen

Já estava previsto: Alentejo de novo

























NOME: MONSARAZ